O mundo vive um péssimo momento no tocante ao pensamento, é notória a falta de conhecimento sobre diversos assuntos, porém os palpiteiros insistem em falar com uma propriedade que aparenta total domínio dos assuntos.
Lendo o jornal O Globo de sábado voltei a perceber o que disse acima. Na parte do jornal destinada à carta do leitor uma sucessão de críticas à posição do bispo D. José Cardoso Sobrinho de comunicar a excomunhão dos envolvidos no aborto a que foi submetida uma garota de nove anos na última semana, inúmeras cartas falando uma quantidade enorme de besteiras do tipo, "Deus me salve dessa Igreja" ou "Como médico me considero também excomungado", porém ainda há pessoas sensatas que defenderam com veemência a posição do bispo, que aliás só fez, foi anunciar algo que é definido pelo Direito Canônico, abortar implica em excomunhão automática.
Criticar o bispo, só se for por erro de "marketing" fora isso, não faz sentido algum. Criticar o Direito Canônico, aí sim, pode fazer até algum sentido, o problema é que poucas pessoas têm conhecimento necessário para fazer críticas a algo tão bem fundamentado, e elas, para nenhuma surpresa, não o criticam, já os apedeutas no assunto insistem em falar bobagens, inclusive o Apedeuta, parafraseando Reinaldo Azevedo.
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Saindo da questão do aborto, indo para a educação. Nunca se viu tanto desinteresse, tanto descaso com o saber. Falta amor. Instituições de ensino servem, nos dias de hoje, apenas para produzir diplomas, e não para produzir conhecimento, como deveria ser, de fato, a função delas.
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Hoje tenta-se duas "coisas" nas universidades. Promover elevação social através de diplomas, fazendo assim do conhecimento um meio, apenas, para se ter uma "vida boa" ou pelo menos tentar tê-la. A segunda "coisa" é promover uma ""educação"" padronizada, baseada em conceitos pré-determinados que beneficiam a uma ala política soberana no país, gerando assim um exército de aliados e alienados, o que pode levar a graves conseqüências.
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No âmbito cultural, o problema também é grave. Inicia-se com a história de "educação para todos". Muito bem, partindo dessa premissa, se a educação é para todos, ela será para todos em todos os níveis, desde a creche até o Ensino Superior, com isso, terá de se "produzir" algo para essas pessoas consumirem, correndo o risco de que passem a vida toda consumindo elementos da subcultura, sem chegar à alta cultura, e se olharmos, é justamente isso que vem acontecendo.
Elementos da subcultura tomam conta da música, da educação superior, entre outros, produzindo, assim, cada vez menos, algo que venha a contribuir para o avanço no pensamento da sociedade.
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É assustador o nível em que chegamos, um progressismo exagerado, insensato, deixando de lado princípios básicos Cristãos, como o conceito de família, a ética, e a preservação de vidas, matar passou a ser comum, a humildade se perdeu, visto que quando não se sabe sobre algo insistem em opinar, ao invés de se recolherem à ignorância, até porque, é praticamente impossível não ser ignorante, pelo menos sobre alguma coisa todos nós não temos conhecimentos. E por aí vai. Para terminar, recorro a duas frases, lógico, guardadas as suas proporções, uma é de G.K.Chesterton em "Ortodoxia", "O cristianismo, mesmo diluído, é forte o suficiente para reduzir toda a cultura moderna a trapos." Deus queira que seja mesmo, e acredito que realmente é, e espero ansiosamente pelo dia em que a cultura moderna será reduziada a trapos, mas quando acontecerá? Cito então outra frase, esta falada por algum personagem, sinceramente não me lembro qual, no filme do Batman, " A noite é mais escura quando está para amanhecer." Espero que o personagem tenha razão, porque parece que estamos no máximo da escuridão, e ainda dizem que Idade das Trevas foi a Idade Média.
